Notícias
Texto/reflexão
10/12/2023

Devoção a Nossa Senhora do Beato João Schiavo

Palestra proferida pelo Pe. Geraldo Boniatti, Josefino de Murialdo, no dia 8 de dezembro de 2023, sobre a Devoção a Nossa Senhora do Beato João Schiavo. Trecho muito relevante, profundo e significativo para a nossa formação e das futuras gerações.

Devoção a Nossa Senhora do Beato João Schiavo

Nossa Senhora na vida do Beato João Schiavo                                                                                    

            Entre as últimas palavras pronunciadas pelo Pe. João Schiavo antes de partir deste mundo, segundo narram os presentes, olhando fixamente num determinado lugar disse: “Obrigado minha mãe “referindo-se a Nossa Senhora. Estava gravada a imagem de Maria em seu coração. Emergiu no último suspiro deste mundo como aquela mãe que o acompanhou toda a vida.

            A presença de Maria Santíssima na vida do Pe. João está desde a infância. Uma devoção familiar, uma devoção popular, uma devoção vivida na sociedade de Vicenza pelo imponente santuário de Monte Bérico.

            Foi diante de uma imagem de Nossa Senhora que a mana Gerica, disse ter tido a impressão que o João tinha decidido de ser padre. E isto é possível que tenha acontecido. Maria é a mãe de Jesus que vai escolhendo almas generosas para estarem todas disponíveis para viver e divulgar o Reino de Deus. Na tradição espiritual da Igreja costuma-se dizer: “Nenhum padre chega ao altar sem a mão de Nossa Senhora”. Ou ainda: para garantir a eternidade feliz, se pode dispensar a ajuda dos santos, mas nunca de Nossa Senhora.

            A devoção a Maria, do Beato foi crescendo de modo normal, nada de extraordinário, no processo formativo dentro da congregação. Claro cuidando de seguir o conselho de Murialdo de ser devotíssimos de Nossa Senhora.

            Percebemos isto em seu diário espiritual na preparação ao mistério sacerdotal em 1927 quando reza: “Ó Senhor me chamais ao sacerdócio e dentro de alguns dias receberei a consagração. Gostaria, ó Maria, também eu, diante de uma tão grande dignidade ter as vossas disposições, a vossa humildade, pureza, santidade. Mas sou um pobre, miserável de tudo, até de santos e ardentes desejos. Mas confio em vós, sou vosso escravo, coisa vossa, portanto consagrado, em vós serei sacerdote. Em vós imitarei Jesus sobre o altar, vossa será minha vida sacerdotal”.

                Ó minha Mãe, onipotente minha Senhora... eu te amo, a Ti me consagro com tudo o que tenho no corpo e na alma, sou teu escravo eterno. Dou-te a vida e a morte, a alma, as boas obras, tudo; confio em ti e me confio a ti. Serei Padre em ti, viverei em ti, amarei Jesus em ti, me imolarei pelas almas em ti, me santificarei em ti. (1927)

No período da formação sacerdotal, vamos lembrar que a igreja estava vivendo o evento de Fátima, a aparição de Nossa Senhor aos três pastorzinhos em 1917, em Portugal. Daí a fidelidade ao terço, pedido por Maria em Fátima. Que o digam os que conheceram o beato os incontáveis terços rezados em suas viagens e nas viagens dos que com ele andavam.

            Uma vez padre não esquece de ser um divulgador da devoção a Maria. Apenas como exemplo eis um esquema que costumava usar nas orientações ao povo e em retiros espirituais: Em que consiste a devoção a Maria.  1) Ela é mãe de Deus: Imaculada, Virgem, Assunta ao céu, Medianeira....2) ´´E cheia de graça, supera a graça de todos, até dos Anjos...É mãe, Esposa, Templo de Deus, Modelo de virtudes (qualidades de um bom coração)....3) É nossa intercessora por nós junto a Deus (advogada nossa). Um servo de Maria não se perde (São Bernardo).

            A devoção a Maria consiste em amá-la com ternura, louvá-la com fervor, imitá-la com diligência e perseverança.

            Numa das poucas idas à Itália, desde que veio ao Brasil, junto com a mana, foi até Lourdes na França. Segundo seus relatos foi uma experiência extraordinária na vida dele. O que se terá passado em seu íntimo, numa conversa filial com a mãe de Lourdes, não se pode imaginar. Certo é que a devoção e a divulgação de Maria foi crescendo.

            Mas o que impressiona a sua devoção a Maria é a centralidade de sua vida em Cristo. Tudo converge para chegar ao coração de Cristo. Uma autêntica espiritualidade, uma profunda teologia onde está o centro de nossa salvação: Cristo. Ainda que não cite muitas vezes em seus escritos o evento de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser”, Pe. João agiu assim. Fazer sempre a vontade do Pai. A devoção a Maria deve levar para o Cristo Eucarístico. Assim viveu em toda a vida o Pe. João. Centralizava sua vida na Eucaristia (Celebração devota da missa) e adoração (horas diante do sacrário). A Eucaristia era o centro do dia na vida do Pe. João. Hoje o apelo do papa é justamente este: ter coragem de adorar, contemplar Cristo na Eucaristia e em seguida partir para fazer comunhão com as pessoas começando pelas mais necessitadas. Foi assim que o Pe. João viveu. A Eucaristia o impulsionava a sair, a agir, a trabalhar, a encontrar oportunidades de vida a quem encontrava. Preferência aos mais pobres, sem deixar de lado sua escuta, sua presença junto aos mais destacados na sociedade: médicos, políticos, professores e outros.

            Eis algumas de suas orações passando por Maria para chegar a Cristo:

Minha Mãe Maria, concedei-me de imitar Jesus. Plasmai meu corpo e meu espírito conforme a Jesus. Que eu conheça Jesus e O ame. Seja sempre como Ele humilde, manso, zeloso, santo, me torne uma perfeita cópia dele. (5.7.1927)

Ó Mãe, minha, ajudai-me a aprender tudo o que Jesus me ensina; plasmai meu coração segundo o coração de vosso Filho.

Ó minha Mãe, faze-me todo de Jesus crucificado, seu devoto; instrui-me sobre este divino livro para que eu aprenda o que nele tu aprendeste, quando agonizavas a seus pés. (1927)

            Pe. João conta com a mãe Maria diante dos desafios de coordenar uma província com mil e uma dificuldade. Reza com confiança:

Minha Mãe, sinto nascer em meu coração esmagado sob o peso de meus pecados, da minha fragilidade, da responsabilidade de minha missão, uma sensação de tranquilidade e de paz, pensando em ti, no teu Imaculado Coração: tu deves ser minha salvação. Sê tu minha Mãe, minha mestra, minha Senhora e Rainha. Consagro-me a ti como escravo. Quero fazer somente o que me ordenarás. Quero servir somente a teus interesses. Quero procurar somente a tua honra, tua glória e trabalhar para o teu triunfo nas almas. (1948).

Concluindo ainda uma oração teologal do Pe. João:

O “sim” de Maria honrou e glorificou a Santíssima Trindade e salvou o mundo nos trazendo o Cristo.

Nossa santidade está contida no pequeno “sim”, da mente do Pai, dos lábios do Filho e do coração do Espírito Santo. Amém. (Pe. Geraldo Boniatti,  08/12/2023).

 

Beato João Schiavo

Outras Notícias

Logo Associacao
Logo Fdm
Logo Iml
Logo Ismur
Logo Maes Apostolicas
Logo Murialdinas